Os números líquidos da migração de longo prazo para o Reino Unido caíram 50% em 2024, mostram dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (22). A redução ocorreu principalmente devido à diminuição no número de pessoas que chegam com vistos de trabalho e estudo, após mudanças nas regras para controlar as chegadas.
A migração líquida —uma estimativa do número de pessoas migrando para o Reino Unido menos aquelas que estão saindo— caiu para 431 mil de 860 mil em 2023, de acordo com o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês).
Os dados trarão algum alívio ao primeiro-ministro Keir Starmer, que no início de maio prometeu reduzir significativamente a migração nos próximos quatro anos, sob pressão do partido de ultradireita e anti-imigração Reform UK, liderado por Nigel Farage.
O governo de Starmer, que se tornou primeiro-ministro em julho de 2024, recebeu com satisfação a queda nos números e disse que as mudanças anunciadas no início deste mês —com regras mais rígidas para vistos, trabalho e residência— reduziriam ainda mais a migração líquida.
O Partido Conservador, que governava antes da eleição de Starmer, disse que a diminuição refletia as mudanças nas regras de visto que eles introduziram. Em 2023, o governo conservador aumentou o limite mínimo de salário para trabalhadores estrangeiros qualificados e dificultou que trabalhadores e estudantes trouxessem suas famílias com eles.
O ONS afirmou que a queda no número de chegadas foi impulsionada pela redução da migração dos países de fora da União Europeia, como Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça —grupos que recentemente incluíram muitos indianos, nigerianos e paquistaneses.
“Estamos vendo reduções no número de pessoas que chegam com vistos relacionados a trabalho e estudo, e um aumento na emigração ao longo dos 12 meses até dezembro de 2024”, disse o órgão em comunicado.
Muitos estudantes internacionais, que chegaram em grande número ao Reino Unido após a suspensão das restrições de viagem da pandemia de Covid-19, agora estão deixando o país à medida que seus vistos expiram.
O debate sobre a imigração, tanto por meios legais quanto ilegais, dominou a agenda política britânica por mais de uma década, impulsionando seu voto para deixar a União Europeia em 2016 e pressionando governos sucessivos a encontrar novas maneiras de reduzir o número de imigrantes.
Apesar do envelhecimento populacional e da carência de habilidades no mercado de trabalho, a economia britânica mantém forte dependência de migrantes.
Os dados desta quinta também mostram uma queda de 49% na imigração para trabalho e uma diminuição de 17% naqueles que buscam estudar. O número de dependentes de ambas as categorias também caiu drasticamente.
